quinta-feira, 3 de setembro de 2009

'mesmo que eu abra a cortina aqui dos fundos da espelunca e aviste aquela moça sob o raro sol do inverno paulistano. mesmo que use óculos escuros à sophia loren. mesmo que ela tenha todas as supostas imperfeições que tanto amo numa mulher: estrias mais lindas, nas laterais, sob medida naquela pele morena e uma bunda demasiadamente humana, daquelas que nunca sairiam em comerciais de bronzeadores ou cerveja. agora ela se molha. com a mangueira. a laje cercada de flores. outra que parece a mãe estende roupas.


por mais que seja possível um email de amor, por mais que se faça um sexo ao telefone, por mais histéricos que sejam os tambores da selva, por mais que dialogue-se no messenger, por mais que o sexo me pegue... nada convence mais do que uma carta de amor, a letra da ponta dos dedos e a tinta como sangue, transfusão ao longe...'

(Xico Sá)

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